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domingo, novembro 15, 2009
O meu Estoril Film Festival '09 -- de A a T (1)
Alumbramiento - curta-metragem de Victor Erice*, Espanha, 2002 («Cineastas raros»). O nascimento duma criança vem alterar a rotina dos trabalhos e dos dias no campo, nos idos de 1940. Um deslumbramento. Num texto de 1996, inserto no catálogo do EEF (p. 128), Erice fala-nos de «Cinema e Poesia», quando esta surge no grande ecrã, sem que a esperemos: «Nesses momentos de epifania, o cinema liberta-se do seu excesso de competências e servidões, escapa gloriosamente ao romance (à narração), ao teatro (à representação), ao jornalismo (à actualidade) para dar um passo mais além e retornar às origens do tempo. Ou o que é a mesma coisa: o olho que vê, vida que vive, revelação.» Vejam isto mesmo; está todo aqui:
Amants du Pont-Neuf (Les), de Leos Carax, França, 1991 («Homenagem Juliette Binoche»). Juliette Binoche*, luminosa, contracena com o fantástico Denis Lavant. Inesquecíveis as cenas iniciais da recolha dos clochards das ruas para o carro das autoridades sanitárias, como se fossem cães vadios. Um filme feérico no retratar da miséria mais extrema: a solidão da rua.
Audiard, Jacques -- veio encerrar o EEF com um filme de arromba, «Un Profhète»*. Um debate curioso com a assistência, perguntas formuladas principalmente por compatriotas seus, levou-o a reflectir em voz alta sobre a sua condição de cineasta e o papel da violência nos filmes que realizou.
Este "Alumbramiento" deixou-me absolutamente suspensa do dia em puder vê-lo. Quanta sobriedade e beleza.
ResponderEliminarObrigada por este tesouro no final do dia.
Muito obrigada por todo o seu testemunho, RAA. Mas muito obrigada, sobretudo, pelo Alumbramiento. Belíssimo e muito especial.
ResponderEliminarP.S. - O seu Estoril Film Festival 2009 foi melhor que o meu :))
Continuarei a acompanhar...
Um abraço
É verdade, caras amigas, que filme!
ResponderEliminarUm abraço a ambas.
É verdade, Fátima, não se fica indiferente.
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