sexta-feira, outubro 19, 2007

Caracteres móveis

A essência do fanatismo reside no desejo de obrigar os outros a mudar. Nessa tendência tão comum de melhorar o vizinho, de corrigir a esposa, de fazer o filho engenheiro ou de endireitar o irmão, em vez de deixá-los ser. O fanático é uma das mais generosas criaturas. O fanático é um grande altruísta. Está mais interessado nos outros do que em si próprio. Quer salvar a nossa alma, redimir-nos. Livrar-nos do pecado, do erro, do tabaco, da nossa fé ou da nossa carência de fé. Quer melhorar os nossos hábitos alimentares, ou curar-nos do alcoolismo e do hábito de votar. O fanático morre de amores pelo outro.


Contra o Fanatismo
(tradução de Henrique Tavares e Castro)

6 comentários:

  1. Tenhamos coragem de ser fanáticos! Contra o egoísmo!
    Ab.

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  2. Nã, Irmão em Cristo! Eu sei que não és um fanático, mas um rapaz de convicções fortes.
    Tenhamos antes a sabedoria do bom-senso. E isto serve para todos. Ab.

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  3. O fanático não devia preocupar-se obsessivamente e em vez de torturar os outros, devia era cuidar de si próprio. Se não consegue o problema é dele.

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  4. É o fanático, cara Estrelícia, duma generosidade sem limites, como diz o escritor israelita.

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  5. Adorei a ironia, vizinho. Bem escolhido, este post.

    beijo
    ana

    zxbhcwtq - esta hoje era difícil!

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  6. O mérito é todo aqui do Oz.
    Chama-se a isto um blogue empata, vizinha... Outro para si.

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