sexta-feira, dezembro 02, 2005

escreves escreves escreves

escreves escreves escreves escreves
nada do que dizes rompe a superfície do papel
escreves escreves escreves escreves
entre o panache e a autocomiseração
o artifício e a louvaminha
o lacrimejar e a traição
escreves escreves escreves escreves
e tudo quanto escreves escreves escreves
escreves tem o selo de validade para hoje
promoção de último modelo
gravata de saldo
embuste de tablóide
passatempo de televisão

assim não foi assim é
assim será

30-X-2003

7 comentários:

  1. ih..é bonito. li um pessimismo tão deseperado que só dá para acreditar que tem de haver uma razão-raíz para se escrever

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  2. Neste caso, que certamente não é o meu, Edgard, trata-se apenas de abortos...

    Ou os que publicam irrelevâncias, af...

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  3. tu escreves escreves escreves muito muito muito bem:)

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  4. Eu acho que este poema revela os efeitos da dieta ;)
    Vamos combinar aí uma almoçarada e depois escreves escreves escreves um poema mais "alegre" :)

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  5. ...pois se até as boas cigarrilhas pós prandiais me foram vedadas, como poderei eu escrever poemas alegres?

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