sábado, outubro 22, 2005

Antologia Improvável #66 - Augusto Oliveira Mendes

AMÉRICA

Brave new world encantador de franquias corrosivas
na mala-posta do desleixo
Não foi excessivo o som eléctrico de 1968
Bastou o canto inacabado de rapariga sofrida nos melancólicos campos do sul
Lara lá laralálá laralá laralálálá
Me and Bobby Mcgee
Vamo-nos encontrar afáveis
Perigosamente feridos como epílogo

In «Aracnismos», Bíblia, nº 12

2 comentários:

  1. Quem é este gajo? E porque escreve ele «vamo-nos encontrar» em lugar de «vamos encontrar-nos»? Please...
    Toma lá mas é o meu último poema para veres o que é bom :)

    Falamos da morte.

    De como se parte o sopro que nos unia//
    a esta tão frágil, vívida fantasia.//
    Um último passo, leve, despercebido,//
    nos aproxima da terra e do seu sentido.//

    Falamos de como pouco tanto sabe//
    e tanto sabe a tanto antes que acabe.//
    Da nossa voz tornada eco na memória//
    de quem fugaz partilhou a mesma história.//

    Falamos da vida. Imensa e clara,//
    seja ela a da formiga ou da cigarra.//
    Do amor, da alegria, da certeza,//
    de uma familía partilhando a sua mesa.//

    Tudo o que temos está aqui e está agora.//
    Tão vivo está quem ri como quem chora.//

    Falamos de nós, centelhas de luz//
    batendo asas por aquilo que reluz.//
    Fechando o medo na gaveta do segredo,//
    correndo o dia, escondendo o medo.//

    Quando afinal bastaria descansar//
    de mãos dadas respirando junto ao mar.//
    Um só fôlego, uma única tarde.//
    Que nada existe tão mais perto da verdade.//

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  2. O Abencerragem é tão afortunado que recebe poesia vintage na caixa de comentários da sua Antologia Improvável ;)

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