«-- [...] As pedras são todas da prumitiba, mesmo perto da torreta que leva à casa de defesa ainda se lêem uma ascrições latinas que rezam a sepultura de Dom Martim, morto de adigestão quando duma lampreiada para festejar as vitórias dos primos Barbelas. Tem a Torre trinta e dois metros de altura, é a maór da região e os degraus contam-se em oitenta e nove, com patamares de descanso. A vista lá do alto é grandiosa.» Ruben A., A Torre da Barbela (1964)
«Aqui se conta da chegada de Jerónimo Caninguili, moço benguelense, à velha cidade de São Paulo da Assunção de Luanda. E de como, enquanto Caninguili dava os últimos retoques à sua Loja de Barbeiro e Pomadas, dita ainda Fraternidade, a menina Alice soltava os pássaros do falecido pai.» José Eduardo Agualusa, A Conjura (1989)
«Mas o marido gritara qualquer coisa: interrogativa, ela deu meia volta e viu John, que agitava um braço e abria e fechava a boca. Dizendo o quê? E Mary aproximou-se novamente do David, regressando o marido à posição anterior, a máquina preparada. "Talvez o primeiro retrato fique melhor do que o segundo", murmura Giovanni, como se fosse ele o interessado.» Augusto Abelaira, A Cidade das Flores (1959)
«Salvando paredes e valados, ora de ímpeto, ora com a tineira subtil dum larápio, o Brás chegou à quintã do Alonso. Um cão arremeteu grasnento da viela; atirou-lhe um naco de broa e bateu à porta. Mão nervosa veio de dentro filá-lo.
ResponderEliminar- Ai Brás - exclamou Zefa -, estou grávida!»
Aquilino Ribeiro, "Terras do Demo". Romance. (1919)