«Todos eles vêem uma Sombra no Pobre maravilhoso. Aparece nas eiras e olha com cólera para os homens e para os punhados de milho secos e escassos. Receiam-no e calam-se e o Pobre cala-se, também suspenso, e segue o seu caminho... / -- Tu viste-o? / -- Vi-o! / -- Como é o probe? / -- Mete medo... / -- E que te disse?» Raul Brandão, O Pobre de Pedir (póst., 1931)
«E todo o caminho deixou vaguear os olhos enamoradamente por aquele panorama irreal, como um árabe que fosse chamado a Meca e antes de partir quisesse beber toda a frescura e toda a água do seu oásis. Uma funda nostalgia começou a invadi-lo. E tentou reagir.» Miguel Torga, O Senhor Ventura (1943)
«Acordar todas essas trinta manhãs no meu quarto! Ver durante trinta dias seguidos a mesma rua! Ir ao mesmo café, encontrar as mesmas pessoas!... Se soubessem como é bom! Como dá uma calma interior e como as ideias adquirem continuidade e nitidez!» Branquinho da Fonseca, O Barão (1942)
«A poesia é tudo o que pode ser, se é boa: é a última expressão do nada, se é medíocre.»
ResponderEliminarCamilo Castelo Branco, "Esboços de Apreciações Literárias" (1865)