sábado, janeiro 31, 2009

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Figuras de estilo - Almeida Garrett

O tom perfeito da sociedade inglesa inventou uma palavra que não há nem pode haver noutras línguas enquanto a civilização as não apurar. To flirt é um verbo inocente que se conjuga ali entre os dois sexos e não significa «namorar» -- palavra grossa e absurda que eu detesto --, não significa «fazer a corte»; é mais do que estar amável, é menos do que galantear, não obriga a nada, não tem consequências; começa-se, acaba-se, interrompe-se, adia-se, continua-se ou descontinua-se à vontade, sem comprometimento.


Viagens na Minha Terra

O Vale do Riff - The Byrds, «Feel A Whole Lot Better»

quinta-feira, janeiro 29, 2009

acordes nocturnos

Antologia Improvável #353 - Marquesa de Alorna

Sozinha no bosque
com meus pensamentos,
calei as saudades,
fiz trégua a tormentos.

Olhei para a lua,
que as sombras rasgava,
nas trémulas águas
seus raios soltava.

Naquela torrente
que vai despedida
encontro assustada
a imagem da vida.

Do peito, em que as dores
já iam cessar,
revoa a tristeza,
e torno a penar.


Poesias / Poetas do Século XVIII
(edição de M. Rodrigues Lapa)

O Vale do Riff - U2, «Pride»

capismo

capa de A. Pedro para Kim, de Rudyard Kipling
Livros do Brasil, Lisboa, 1988

quarta-feira, janeiro 28, 2009

caderninho


A sedução não é uma «carreira». As «carreiristas» nunca são sedutoras. David Mourão-Ferreira
Jogo de Espelhos

O Vale do Riff - Brian Ferry, «Casanova»

terça-feira, janeiro 27, 2009

Caracteres móveis - António Arroio

Antero estudara alemão para ler, na versão original, os grandes pensadores germânicos; mas não o falava nem escrevia, nem tão pouco entendia se o falavam ao pé dele. / Aprendera a senti-lo apenas com os olhos, como quando, deitado no seu beliche de bordo, durante meses, passava os livros pela vista, sem jamais pronunciar uma palavra.
A Viagem de Antero de Quental à América do Norte

O Vale do Riff - Bing Crosby & The Andrew Sisters, «You Don't Have To Know The Language»

segunda-feira, janeiro 26, 2009

acordes nocturnos

Antologia Improvável #352 - Gentil Marques

CORPO E ALMA

(a MANUEL DE CAMPOS PEREIRA)

Ela passou
como se fosse uma nuvem...

E quem a olhou
não a viu
senão apenas
como mulher

Nada mais ficou:
um suspiro, uma saudade,
fosse o que fosse...

Ela passou
e nem sequer notou
que era seguida
por um simples olhar...

Ela passou
na verdade
como se fosse unicamente
uma nuvem perdida

Mas depois dela passar
os homens que a viram
aprenderam a conhecer melhor
a sua própria vida!

Viagem d'Aventura

O Vale do Riff - Shirley Horn, «A Time For Love»

domingo, janeiro 25, 2009

clube de leitura - Viver!, de Assis Esperança

Assis Esperança, Viver!, Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand, Lisboa, 1921.
Dedicatória impressa: «a meu irmão / Julio d'Assis Esperança / / companheiro de todas as horas, na admiração profunda pela amizade de sempre.»
Segundo título do escritor, depois da narrativa A Vertigem (1919).
Protagonistas principais:
Carlos d'Azevedo -- banqueiro, tuberculoso em estado adiantado. Casa com a filha do sócio, entretanto falecido.
Alda -- Mulher de Carlos, jovem e abnegada. O marido oculta-lhe o estado de saúde, passível de contágio.
Henrique -- braço direito de Carlos. Fora noivo de Alda, escondendo uma ligação paralela, que vem a ser descoberta. Revela escrúpulos e uma atitude altruísta pouco coerente com a deslealdade passada -- como se se tratasse duma redenção.
O romance está construído como um longo testemunho de Carlos dirigido a Alda, redigido na prisão, após o assassínio de Henrique às suas mãos. Perturbado pelo interesse solícito de Henrique pela saúde da mulher, Carlos mata aquele, impedindo uma possível união de ambos após a sua morte.
O estilo escorreito de Assis Esperança é prejudicado pelo vezo naturalista que encharca o texto, bebido certamente em muito Zola e Abel Botelho -- v.g. as copiosas referências médicas e respectivos tratados concernentes à enfermidade --, defeito de que o escritor rapidamente se libertará.
Alguma ideologia libertária de Assis -- crítica à autoridade, à organização social, à família como instituição, à religião -- atravessa o relato de Carlos d' Azevedo, um homem do establishment que, dominado pela doença hereditária, é também um revoltado.
Incipit -- A todos os magistrádos, por vontade dos homens, encarregados do meu julgamento, aos médicos, aos legisladôres; a ti, minha esposa, flôr d'altura, para que não me condenes antes de me ouvir; a toda essa coorte de inúteis, a toda essa caterva de animais feridos de morte, a toda essa legião de criminosos sem consciência, que são os incubadôres dum mal.
Nota: o meu exemplar pertenceu a Julião Quintinha, escritor e jornalista, uma grande figura cultural do anarquismo português. Dedicatória autógrafa: Ao conterraneo / Julião Quintinha, com um grande abraço de muita admiração pelo seu talento / Assis Esperança
A capa (horrível) é de Lyster Franco.

acordes nocturnos

vinhetas

José Ruy, Humberto Delgado -- O General sem Medo

sábado, janeiro 24, 2009

cartoon

Jack Kinney, Tiger Trouble (1945)

capismo

Uma capa de Bernardo Marques para Os Budenbrook, de Thomas Mann
Livros do Brasil, Lisboa, s.d.

caderninho

Aborígenes, n. Pessoas com pouca importância que são encontradas a obstruir o solo de um território recém-descoberto. Deixam rapidamente de obstruir, passando a fertilizar. Ambrose Bierce
Dicionário do Diabo (tradução de Rui Lopes)

quinta-feira, janeiro 22, 2009

acordes nocturnos

Esquerda(s) e anti-semitismo

Se há coisa que me tira do sério é ver gente que se reclama da esquerda embarcar no anti-semitismo patético e inane que larva por aqui. Nestes dias da guerra em Gaza, o que não faltou foi um ramalhete de revolucionários a fazer a associação espúria entre a acção do estado israelita para com os palestinianos e a política do III Reich que vitimou os judeus.
Note-se que não me refiro à crítica lúcida e legítima à política israelita, que tem, em muitos casos sido desastrosa. Refira-se, por exemplo, a política de colonatos na Cisjordânia. Mas confundir disputas territoriais armadas (guerra) com uma política deliberada de extermínio étnico é ou ignorância ou abjecta má-fé. Haver gente que se reclama da(s) esquerda(s) cúmplice desta miséria, significa que ou é parva ou, babando-se de preconceito étnico, está no campo errado.

O Vale do Riff - Ian Dury, «My Old Man»

quarta-feira, janeiro 21, 2009

figuras de estilo - Assis Esperança

Recorda sempre que o mais encarniçado daqueles que se arrogam o direito de julgar as nossas acções, blasonando pontos d'honra, é, regra geral, um bandido, um canalha, -- não possuindo, sequer, nenhuma das nossas qualidades. As criaturas sem mácula, as consciências impolutas sabem perdoar.



Viver!

(desenho de Roberto Nobre)

O Vale do Riff - Chick Corea, «Humpty Dumpty»

terça-feira, janeiro 20, 2009

Antologia Improvável #351 - Eugénio Lisboa

NEWTON

Da qualidade oculta de tudo,
não cuido, nem sei. Não é de ofício
sério sabê-lo: o tudo é mudo
e forçar-lhe a fala é sério vício.
Dos fenómenos, deduzo leis
de movimento e destas derivo
qualidades e acções: vereis
que o saber, assim, avança, altivo.


O Ilimitável Oceano

O Vale do Riff - Paul Desmond & Dave Brubeck, «Take Five»

estampa CXLVIII

Shepard Fairey, Esperança
National Portrait Gallery, Washington
(além das certezas sobre Barack Obama)

segunda-feira, janeiro 19, 2009

caderninho

Para trabalhar a terra, forjar os metais e tecer os panos existe o gado humano, machos e fêmeas. Há directores e contra-mestres para dirigir as oficinas e sábios para pensar. O capitalista consagra-se ao trabalho da latrina, come e bebe para produzir esterco. Paul Lafargue
A Religião do Capital (tradução de J. Mega)

O Vale do Riff - Blind Faith, «Can't Find My Way Home»

domingo, janeiro 18, 2009

acordes nocturnos (eu gosto de Bush)

Caracteres móveis - Octavio Paz

Sempre pensei que o poeta não é só aquele que fala, mas aquele que ouve.


Uma Terra, Quatro ou Cinco Mundos
(tradução de Wanda Ramos)

sábado, janeiro 17, 2009

vinhetas

Hergé, O Vale das Cobras


Músicas Grandes - Borodin, «Nas Estepes da Ásia Central»


Poema sinfónico, composto em 1880, em honra do czar Alexandre II. Cresci com este som, que sempre me cativou.
A orquestra é a Filarmónica dos Urais, dirigida por Dmitri Liss.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Antologia Improvável #350 - Filipa Leal

SE AO MENOS A MORTE

Ela morria tantas vezes
em tiroteios à porta de casa
que já não sabia morrer para sempre
assim
de uma vez só.
Se ao menos se marcasse um dia
para a morte, uma hora certa
como no dentista
que apesar de tudo
nos faz esperar
onde apesar de tudo
não sabemos quando será a nossa vez.
Se ao menos a morte tivesse revistas
e gente na sala de espera
não estaríamos tão sós
tão vivos nessa ideia final
nesse desconforto.
Poríamos o nome na lista
quando estivéssemos prontos
sabendo que seria fácil desmarcar
marcar para outro dia
ou simplesmente não comparecer.
Depois, ficaríamos com a dor,
com o terror
de passar sequer naquela rua
como ela à porta de casa.
Ela que morria tantas vezes
porque morria de medo de morrer.


A Cidade Líquida e Outras Texturas

O Vale do Riff - Ron Carter, «Little Waltz»

quinta-feira, janeiro 15, 2009

caderninho



Cada verdade geral está relacionada com verdades específicas, assim como o ouro o está com a prata, na medida em que pode ser convertida numa série de verdades específicas que delas derivam, da mesma forma que uma moeda de ouro pode ser convertida em trocos. Arthur Schopenhauer
Aforismos, de Parerga e Paraliponema (tradução de Alexandra Tavares)

O Vale do Riff - John Coltrane, «I Want To Talk About You»

quarta-feira, janeiro 14, 2009

acordes nocturnos

o que dizer?



Se pensarmos que o Rafel Bordalo Pinheiro é-nos tão essencial quanto o são o Fernão Lopes, ou o Gil Vicente, ou o Nuno Gonçalves, por exemplo -- o que dizer disto?

O Vale do Riff - Soft Machine, «Neo-Caliban Grides» / «Out Bloody Rageous»

terça-feira, janeiro 13, 2009

Caracteres móveis - Ernest Hemingway

Tudo nele e dele era velho, menos os olhos, que eram da cor do mar e alegres e não-vencidos.


O Velho e o Mar
(tradução de Jorge de Sena)

O Vale do Riff - Joe Cocker, «Watching The River Flow»

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Antologia Improvável #349 - Tomás Pinto Brandão

Não me direis, ó vós, que em mim falais,
Cães, para que ladrais, se não mordeis,
Bestas, porque atirais sem que acerteis?
Porcos, sem que fosseis, porque roncais?

Se é porque versos faço, talvez mais,
Ou melhores, talvez, que os que fazeis;
Brutos, para que deles mal dizeis,
Se os quereis, se os pedis e os trasladais?

Eu creio que o motivo é um de dois:
Ou inveja de ver que não luzis,
Ou receio de arder nos meus faróis.

Pois, cães, se vos não dou, porque latis?
Bestas, se vos não pico, porque o sois?
E porcos, se comeis, porque grunhis?


Pinto Renascido / Este é o Bom Governo de Portugal
(edição de João Palma-Ferreira)
imagem

O Vale do Riff - Black Uhuru, «Shine Eye Gal» / «Plastic Smile»

domingo, janeiro 11, 2009

vinhetas

Victor Hubinon e Jean-Michel Charlier, La Revanche des Fils du Ciel
Dupuis, Charleroi, 1993

Em que me prolongam os filhos?

I

Em que me prolongam os filhos?
O que de mim neles vive?

II

O que dirá aos meus netos a bengala com o monograma gravado no castão do bisavô?
Ser-lhes-á ele o nome, ou uma imagem apenas?

III

E aos netos dos netos, o que restará deste avô que ainda não o é?
Será que lhes chega algum eco longínquo da sua voz?

IV

E depois, quando tudo passar?

sábado, janeiro 10, 2009

Outros tons - Zélia Duncan, «Capitu»

caderninho

A memória das palavras morrerá no dia em que eu morrer. / É muito mais do que a minha morte. Marcello Duarte Mathias
O Destino Velado

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Caracteres móveis - Jack London

Acredito que a vida é uma confusão [...]. É como um fermento, uma coisa que se move e que pode continuar a mover-se durante um minuto, uma hora, um ano, cem anos, mas que acabará por deixar de se mover. Os grandes devoram os pequenos para poderem continuar a mover-se, os fortes devoram os fracos para poderem conservar a sua força. Os afortunados devoram mais e movem-se durante mais tempo, é tudo.


O Lobo do Mar
(tradução de João Guerreiro Boto)

O Vale do Riff - The Rolling Stones, «Rocks Off»

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Há dias que eu odeio / Como insultos a que não posso responder

Alexandre O'Neill

O Vale do Riff - Eric Clapton, «Have You Ever Loved A Woman»

terça-feira, janeiro 06, 2009

Antologia Improvável #348 - José Luís Peixoto (2)

ninguém pode saber que este poema é teu.
ninguém pode saber. ninguém pode saber
que este poema. ninguém. este poema é teu.
sou uma coisa da qual se tem vergonha.



A Criança em Ruínas

O Vale do Riff - Ornette Coleman, feat. Joe Lovano, «Turnaround»

segunda-feira, janeiro 05, 2009

vinhetas

Darwin Cooke, J. Bone & Dave Stewart, Death By Television
The Spirit #10, Nov. 2007, DC Comics

caderninho

Os povos adoram a autoridade. Charles Baudelaire
O Meu Coração a Nu -precedido de Fogachos (tradução de João Costa)

O Vale do Riff - Don Cherry, «Bamboo Night»

algumas considerações sobre a guerra em Gaza

Existe um problema de falta de liderança, quer em Israel (Olmert é um cadáver político há demasiado tempo), quer na Palestina (Abbas, outrora acusado de irrelevante por Livni, pode sair reforçado desta crise, mas será sempre uma vitória de Pirro), quer, principalmente nos EUA.
A circunstância de a camarilha que ainda pontifica em Washington ter dado cobertura total a Israel, independentemente das acções concretas que o estado judaico tomasse, tem prejudicado grandemente a própria estabilidade do país no médio/longo prazo.
Israel precisa de aliados fortes, mas críticos, para o seu próprio bem. Li algures que à euforia das comemorações dos 50 anos do país, sucedeu, na dos 60, um generalizado e amargo sentimento de angústia e preocupação pelo futuro.
A política cega da administração Bush na região, e em especial em relação ao Irão, conduziu a uma situação perigosíssima.
A demora na instituição do estado palestino é cada vez mais insustentável. Também aqui, os aliados de Israel não podem deixar de pressionar firmemente para que esse novo estado seja uma realidade a curtíssimo prazo, partilhando a capital em Jerusalém e prevendo direito de retorno dos exilados e seus descendentes.
Posto isto, e independentemente da alegada desproporção dos meios militares em presença, é óbvio que Israel tem direito a defender-se. A defender-se de quê? Do Hamas, que parece ser uma força heterogénea, mas que alberga no seu seio uns cães danados que adoram deus e matam o que for preciso, quem for preciso, como for preciso. Eliminar estes adoradores de nosso senhor, que lá toma o nome de alá, é uma medida higiénica. Há porém que perceber que há vozes divergentes no Hamas, e que um dos erros políticos graves mais graves foi ostracizá-lo quando ele demonstrou abertura para o diálogo, dando pasto às feras que nele se acolhem.

domingo, janeiro 04, 2009

estampa CXLVII

Vincent van Gogh, Natureza Morta com Bíblia
Museu van Gogh, Amsterdão

Cordilheiras do Riff 10/10

1. Bruce Springsteen, «Thunder Road». Um americano em Londres, em 1975. Genuíno e bom. (Postado em 12 de Agosto)
1. The Chieftains feat. Sinéad O'Connor, «The Foggy Dew». Uma história de sofrimento e heroísmo, a irlandesa. O canto elegíaco (e soberbo) de Sinéad o diz. (Postado em 5 de Maio -- e com um abraço ao Huckleberry Friend, pelo comentário)
1. Dire Straits, «Brothers In Arms». Dedicado a Nelson Mandela, então na cadeia há 24 anos... Do melhor Dire Straits, dum disco homónimo demasiado medíocre para ser verdade. Eric Clapton dá uma mão; era bom estar ali, naquela ocasião, a mão e o corpo inteiro. (Postado em 22 de Setembro)


E um abraço final aos meus filhos Joana, António e Teresa, que votaram a escolha que fiz do melhor d'O Vale do Riff (como se fosse possível) 2008.

vinhetas

Hergé
Casterman, Tournai-Paris, 1981

sábado, janeiro 03, 2009

Cordilheiras do Riff - 9/10

4. Bob Marley, «I Shot The Sheriff». Marley está para o reggae assim como Muddy Waters para os blues: abriu-os e projectou-os na comunidade global. E se os Stones foram os apóstolos do bluesman, no caso do jamaicano foi Clapton o seu São João Baptista, precisamente com este tema. (Postado em 24 de Março -- e com abraços ao Ruela e à Ana Vidal pelos comentários)


4. Duke Ellington, «It Don't Mean A Thing (If It Ain't Got That Swing». Ellington disse um dia que o seu instrumento não era o piano mas a orquestra inteira. O filme, música e cenário, ilustra-o. (Postado em 10 de Janeiro -- e um abraço pelo comentário -- olha!, à Ana Vidal...)

4. Peggy Lee, «You Give Me Fever». Peggy L. na madurez, cheia de graça e de swing. (Postado em 28 de Abril, e com um abraço desta vez à Lebre do Arrozal, pelo comentário)

Gaza

O cbs escreveu e eu assino por baixo:

«Sou pró-israel. Mas desde do início desta já esperada mortandade, que ando a evitar dizer algo…nem sei mesmo o que dizer...
Não acredito minimamente nas vulgatas de esquerda pró-palestinas, que vêm anjos onde eu vejo assassinos implacáveis: a história é bem mais complicada e nem é preciso invocá-la, basta ver o cinismo da Liga Árabe ou a forma como os refugiados são tratados nos países árabes.
Renego também as tretas pró-israel de direita, que vê simples acções militares punitivas, onde vejo crimes de guerra: a história é muito mais espessa [...]»
Todo o post a ler, aqui.

acordes nocturnos

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Cordilheiras do Riff - 8/10

4. Robert Plant, «Shine It All Around». De Mighty Rearranger, último álbum de Plant, que quanto melhor, mais velho. (Postado em 4 de Junho)
4. Rod Stewart, «The First Cut Is The Deepest». Sim, é um cabotino, há muitos anos, mas canta como só ele. E tem o público na mão. Vi-o há 25 anos, no estádio do Belenenses (Postado em 28 de Agosto)
9. The Animals, «The House Of The Rising Sun». Do cancioneiro norte-americano, recreado (Eric Burdon,com que garra) por um grupo do british blues. (Postado em 23 de Outubro -- e com um abraço à Grande Jóia, pelo comentário)

Figuras de estilo - Henrique Lopes de Mendonça

Mas, à semelhança da antiga Fenícia, os portugueses sentiam-se magoados pelo cíngulo da fronteira terrestre. Seus olhos cismadores perscrutavam as amplidões do mar, que se estendiam a oeste e ao sul, o mar que os abastecia como uchão munificente, que os namorava como fonte de incomparável beleza, que os atraía como escrínio de incríveis opulências. Ali, desde o início da sua existência independente, anteviram a rota de glória que lhes marcava o Destino.

Navegações dos Portugueses

quinta-feira, janeiro 01, 2009

clube de leitura

Cordilheiras do Riff - 7/10

9. Nina Simone, «I Got No... / I've Got Life». Esmagador. Que piano!, que voz!, que balanço! Do gospel para o protesto; Harlem, 1969. Nina única. (Postado em 2 de Junho)
9. Sarah McLachlan, «Ice Cream». ...ou como dizia o Álvaro de Campos, «músicas alegres, banais, humanas, como a vida». (Postado em 18 de Abril)
12. Jethro Tull, «My God». Ilha de Wight, 1970. Ian Anderson, além de iconoclasta, é um músico finíssimo. O que torna ainda maior a sua provocação. (Postado em 19 de Março)